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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/01/2018 | Setecidades
Imprudência no trânsito mata mais que homicídio e latrocínio na região
Imprudência no trânsito mata mais que homicídio e latrocínio na região Especialistas associam índice à falta de civilização e inconsequência de motoristas e pedestres. Foto: Celso Luiz/DGABC
Especialistas associam índice à falta de civilização e inconsequência de motoristas e pedestres. Foto: Celso Luiz/DGABC
A imprudência ao volante em ruas do Grande ABC vitimou, no ano passado, mais pessoas do que crimes contra a vida, como são os casos de homicídio e latrocínio. É o que aponta levantamento feito pelo Diário com base em estatísticas de óbitos no trânsito fornecidas pelo Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) e índices criminais da SSP (Secretaria da Segurança Pública), divulgados na semana passada pelo governo do Estado.

Ao todo, foram 25 mortes a mais no sistema de trânsito da região, se comparado aos casos de homicídios e latrocínios registrados nos sete municípios entre janeiro a dezembro de 2017. Em números absolutos, foram 241 vítimas fatais em acidentes de trânsito, contra 216 causados pela violência em casos de homicídio e latrocínio, diferença de 11,57% – a maior desde 2015.

Para especialistas, o índice, que registrou situação inversa em 2016 (confira gráfico ao lado), tem colocado em xeque antiga afirmação popular de que crimes contra a vida matam bem mais do que o sistema de Mobilidade Urbana. “Os motoristas menosprezam as fatalidades no trânsito. Historicamente as pessoas tendem a ter mais medo de possíveis assassinatos do que acidentes de trânsito, mas o que se nota de uns anos para cá é que mortes provocadas por acidentes superam esses crimes”, explica o ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel da Polícia Militar José Vicente da Silva Filho.

Embora destaque, de modo geral, que a inversão dos índices muito se deve ao aumento de efetivo policial nas ruas para o combate à violência e aos crimes contra a vida, o especialista lembra que o desrespeito às leis de trânsito tem contribuído para a nova realidade enfrentada por motoristas da região. “O que se nota é uma falta de apreço com o próximo e também de falta de civilização por parte dos motoristas. Ninguém respeita as normas do sistema. Esse número é nada mais do que o resultado da violência de nossa própria sociedade. O crime, felizmente, conseguimos prevenir, com efetivo policial, agora educação e respeito à vida do próximo cabem a cada um, já que as leis não têm sido suficientes para coibir.”

Na análise do especialista em Segurança no trânsito e engenheiro de tráfego e transportes Horácio Figueira, a imprudência de motoristas tem sido tamanha que a obtenção de CNH (Carteira Nacional de Habilitação) tornou-se, na verdade, “cerimônia de entrega de passaporte para matar e se suicidar”, cenário este que só deve ser revertido com a ampliação de políticas públicas para educação no trânsito.

“Precisa investir na formação de condutores. Não se forma bons condutores em uma semana. Além disso, é preciso ter fiscalização nas ruas para punição daqueles que descumprirem a lei. O que se vê hoje é que não tem nenhum agente nas ruas durante os fins de semana, quando ocorrem a maioria dos acidentes. Não adianta deixar a fiscalização frouxa só para ganhar votos e agradar a população”, afirma.

De acordo com dados do Infosiga, no ano passado o número de mortes na região cresceu 18%, se comparado ao mesmo período de 2016 – passou de 203 para 241 –, portanto, média de um óbito a cada dois dias.

Por Daniel Macário - Diário do Grande ABC
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