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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/11/2017 | Informática
Site do Governo de SP usou computador de visitante para minerar moeda virtual
Site do Governo de SP usou computador de visitante para minerar moeda virtual Código usado em site do Governo de SP que fazia computador de visitante minerar moeda virtual (Foto: Reprodução/cidadao.sp.gov.br)
Código usado em site do Governo de SP que fazia computador de visitante minerar moeda virtual (Foto: Reprodução/cidadao.sp.gov.br)
Usado sem avisar usuários, mecanismo faz computador ficar lento e gastar mais energia. O Governo de SP tirou código e investiga o caso.

Um site do governo do Estado de São Paulo usou sem avisar o computador das pessoas que o visitavam para minerar criptomoedas, o que faz as máquinas que navegam na página ficarem lentas. O código responsável já foi retirado. A administração estadual está investigando o que classifica como “ação externa”. O G1 apurou que a inserção do código pode ter sido feita por um ataque hacker.

O site é o Portal Cidadão.SP, que reúne os mais importantes serviços ao cidadão paulistano, como consultas a antecedentes criminais, a créditos da Nota Fiscal Paulista e licenciamento de veículo.

A página possuía algumas linhas de código no script de sua página que faziam os visitantes participarem, sem saber, da mineração de criptomoedas.

Este é o processo necessário para que moedas virtuais, como o bitcoin, sejam enviadas e recebidas por compradores e vendedores. Como os mineradores colocam a capacidade computacional de suas máquinas à disposição da rede, são recompensados com criptomoedas. Elas são chamadas assim, porque todo o processo em torno da realização de transação usa criptografia.

“O Portal Cidadão.SP segue operando normalmente. Em razão de uma falha pontual já superada, o código fonte da referida página foi atualizado. A medida não resultou em prejuízos à prestação de serviço população.”

O governo do Estado de São Paulo investiga o caso. O G1 apurou que a administração acredita que a ação não partiu administradores do site e, sim, de uma ação externa. Provavelmente de um ataque cibernético. "Não temos intenção de minerar bitcoin", informou um funcionário da administração envolvido na administração da página.

Não há informação por quanto tempo o mecanismo ficou no ar.

O caso foi descoberto por pesquisadores que discutiam o efeito da mineração de criptomoedas nas internet sobre computadores pessoais. Isso porque, geralmente, as máquinas usadas para isso são montadas especificamente para fazer mineração.

O debate começou com um artigo de Doug Sillars, gerente de performance móvel da empresa de telecomunicações AT&T. Após analisar o efeito sobre computadores quando acessam sites que usam códigos para minerar moedas virtuais, ele concluiu:

a velocidade de internet caiu, mas pouco,
o tempo de resposta para executar tarefas cresceu em torno de 20%;
o consumo da capacidade de processamento subiu 14%.


“O site está jogando outro processo na CPU que sabemos que vai usar tanto CPU quanto possível -- e isso afetará o carregamento da página (especialmente em um dispositivo móvel)”, afirmou.

A mineração de criptomoedas dentro do navegador é visualmente imperceptível, mas tem outros efeitos sobre o computador:

aumenta o consumo de energia elétrica;
deixa o computador mais quente;
reduz o tempo de duração da bateria para quem usa notebooks.


A partir dos dados levantados por Sillars, o desenvolvedor do Google Rick Viscomi listou os sites que usam esse recurso. Identificou 1.071 páginas, muitas delas de pornografia, streaming de conteúdo ou sites de torrente.

O Portal Cidadão SP é o único administrado por um governo. Além dele, outros 10 sites brasileiros foram identificados.

Usar o computador de visitantes para minerar bitcoin virou uma alternativa de financiamento para alguns sites, como o Pirate Bay, mais famoso distribuidor de torrente do mundo e o 87º site mais visitado do mundo, segundo a Alexa, que analisa o tráfego sites pelo mundo. A página iniciou um piloto em setembro, mas encerrou o projeto após receber uma saraivada de críticas.

Isso é possível graças a tecnologias desenvolvidas por JSE Coin e Coinhive. O script encontrado no Portal Cidadão SP era desta última.

O recurso também é usado por hackers. Eles invadem sites e incluem o script para que os visitantes trabalhem como mineradores para eles.

É possível bloquear o funcionamento desses códigos ao mudar as configurações do navegador de internet ou instalando plug-ins que bloqueiam scripts.

Por Helton Simões Gomes, G1
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