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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/02/2018 | Setecidades
Pacientes são contaminados por alumínio após hemodiálise
 Pacientes são contaminados por alumínio após hemodiálise  Falha em equipamento do Hospital Mário Covas, em Santo André, trouxe prejuízos a 64 pessoas. Foto: Nario Barbosa/DGABC
Falha em equipamento do Hospital Mário Covas, em Santo André, trouxe prejuízos a 64 pessoas. Foto: Nario Barbosa/DGABC
Falha na filtragem de água utilizada no procedimento de hemodiálise do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, resultou na contaminação por alumínio de ao menos 64 pacientes. Submetidos ao tratamento em média três vezes por semana, os enfermos foram diagnosticados, no início do mês, com índices até seis vezes maiores do metal no organismo, o que pode provocar problemas neurológicos, como convulsões e perda de memória a médio prazo, conforme especialistas. Quatro deles seguem em estado crítico.

De acordo com a equipe médica do hospital, a contaminação foi confirmada após exames laboratoriais detectarem índices que variaram entre 72 e 100 microgramas (por litro de sangue) de alumínio no organismo dos pacientes, quando a média permitida é de 15 microgramas. “É um nível muito acima do permitido”, explica o diretor técnico do Hospital Mário Covas, Alexandre Cruz Henriques.

Análise constatou que a contaminação ocorreu após falha do equipamento responsável por limpar e filtrar o sangue durante o procedimento de hemodiálise (confira arte acima). “Embora o aparelho estivesse dentro da validade, detectamos falha no filtro, que já foi trocado”, destaca Henriques.

Sindicância para apurar o caso foi aberta pela diretoria do hospital. Além disso, a empresa responsável por fornecer o aparelho – cujo nome foi preservado pelo hospital – deverá apresentar, nas próximas semanas, laudo técnico do equipamento.

O objetivo, conforme a equipe médica do Mário Covas, é detectar o que teria provocado a falha do filtro e a data em que isso ocorreu. “Fazemos uma vez por ano exame para verificar o nível de alumínio no organismo, conforme determina a resolução brasileira, por isso não é possível precisar quando ocorreu a contaminação”, explica o diretor técnico.

Responsável pela hemodiálise no Mário Covas, o médico Celso José Reis garante que 60 pacientes contaminados já tiveram os níveis de metal no corpo diminuídos após acompanhamento médico. “Todos passaram por bateria de exames.”

Indignados com a situação, familiares de pacientes reclamam de falta de transparência. “Meu pai já é um senhor de idade. Fiquei sabendo da contaminação por outra paciente mais jovem. Eles (médicos) não tratam o caso com clareza. Deveriam ter reunido todos”, relata acompanhante que prefere não se identificar.

O sentimento é compartilhado por dona de casa que acompanha a mãe no tratamento. “Ela tem perdido a visão nas últimas semanas, mas ninguém fala se foi pela contaminação. Só nos garantiram que iriam dar a cópia dos exames”, diz.

Para o especialista em Saúde pública da Universidade Mackenzie Rogério Aparecido Machado, a alta concentração de alumínio no corpo pode provocar série de transtornos. “Os pacientes podem ter problemas intestinais e neurológicos, como convulsões e perda de raciocínio”, explica. “É um procedimento tão delicado e que exige rigor absoluto. Não podem ocorrer falhas, tendo em vista que já são pessoas debilitados”, enfatiza.

Após problema, exames de controle passam a ser feitos a cada três meses

Conforme a equipe médica do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, pacientes que realizam o procedimento de hemodiálise no equipamento de Saúde passarão a fazer exames laboratoriais para controlar os níveis de alumínio em seu organismo a cada três meses e não mais uma vez ao ano, conforme determina o protocolo do Ministério da Saúde.

“Por mais que a resolução brasileira determine que isso seja feito uma única vez, vamos adotar controle mais rígido após esse episódio”, explica Thiago Gomes Romano, integrante da equipe médica responsável pela hemodiálise no Hospital Mário Covas.

Segundo ele, pacientes contaminados serão acompanhados individualmente pela equipe médica a fim de garantir problemas decorrentes da alta concentração do metal no organismo. “Cada paciente tem particularidade, por isso, esse controle individual é mais adequado.”

Acompanhantes consideram a medida válida. “Teremos controle maior”, diz a filha de paciente que não quis se identificar.

Por Daniel Macário - Diário do Grande ABC
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