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DATA DA PUBLICAÇÃO 07/12/2016 | Tecnologia
No futuro, papel higiênico será a única coisa desconectada, diz ''guru da segurança digital''
Para Eugene Kaspersky, um mundo mais conectado não abre apenas novas possibilidades: 'a internet das coisas é internet das ameaças'.

É com uma frase meio exagerada que Eugene Kaspersky, especialista em segurança digital, resume a capacidade atual da internet das coisas, com toda essa quantidade de dispositivos inteligentes, de celulares e carros a máquinas de lavar.

"O papel higiênico será a única coisa não conectada no futuro", exagera o fundador da fabricante de antivírus russa Kaspersky, durante evento com jornalista latino-americanos, em Moscou, nesta terça-feira (6).

Yevgeny Valentinovich Kaspersky, nome real de Eugene, é um analista e executivo de 51 anos, nascido em Novorossiysk, Rússia. Após se formar em um instituto patrocinado pelo Ministério de Defesa Russo e pela KGB, a polícia secreta russa, Eugene começou a se interessar mais por cibersegurança em 1989. Fundou a empresa de antivírus Kaspersky Lab, em 1997. Os clientes em mais de 200 países da empresa, que protege 400 milhões de usuários, levaram Eugene à condição de reconhecida fonte quando o assunto é cibersegurança.

"Para vivermos em um mundo melhor, precisamos fazer o 'redesign' de tudo. Precisamos recriar sistemas que sejam à prova de hackers. Eles têm que ser 100% seguros", avisa o especialista. "Internet das coisas é internet das ameaças", resume, fazendo um trocadilho em inglês com as palavras "things" ("coisas") e "treats" ("ameaças").

Eugene comenta o que se convencionou chamar de internet das coisas, um passo adiante no mundo conectado, em que aparelhos eletrônicos, até então off-line, são ligados à internet para ganhar novas funções. Com isso, geladeiras fazem compras online quando notam a falta de um produto, carros traçam rotas da casa para o trabalho e termostatos ajustam a temperatura de um ambiente sem receber novos comandos.

Para ele, ainda não se sabe usar TVs e outros tantos aparelhos de maneira segura. "É como a Idade Média", compara. "As pessoas estavam misturando os elementos tentando fazer ouro. Eles não sabiam dos átomos, da química, era a Idade Média né? É o que vivemos hoje com a tecnologia. Estamos salvos, mas não seguros".

Ruas x ciberespaço
Para Kaspersky, é menos seguro trafegar pelo ciberespaço do que andar por uma rua qualquer pelo mundo. Segundo dados da empresa dele, 62% das pessoas já sofreu algum ataque de hacker.

"Vamos comparar esses dados com os crimes na rua? não estou falando do Rio de Janeiro...", brinca, dando risada. "Quantas pessoas são vítimas normalmente? 5%, 10% mais ou menos. 15% em uma cidade mais perigosa", arrisca. "As gangues do cibercrime estão cada vez mais profissionais e conseguem atacar até quem se protege", explica.

Ele tem outras cifras para provar seu ponto. Entre 1986 e 2006, foram catalogados 1 milhão de malwares. Em 2016, já foram detectados 2.2 milhões, sendo 310 mil por semana.

"Espero que em 200 anos estejamos mais seguros. Ok, daqui a 20 ou 25 anos talvez estejamos", analisa. Eugene tem ainda outra coisa a acrescentar. Não quer estar vivo no momento em que as pessoas conseguirem conectar seus próprios corpos. Sem essa de chip instalado no pescoço, por favor.

Por Braulio Lorentz, G1 - o jornalista viajou a Moscou a convite da Kaspersky
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