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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/09/2016 | Economia
Metalúrgicos dizem que greve geral está pronta
Metalúrgicos dizem que greve geral está pronta Foto: Marina Brandão/DGABC
Foto: Marina Brandão/DGABC
Em resposta às reformas previstas para a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que preveem aumento de jornada de trabalho para 60 horas semanais, e para a Previdência Social que, entre outros pontos, propõem estabelecer 65 anos como idade mínima para a aposentadoria, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a CUT (Central Única dos Trabalhadores) já admitem a possibilidade de greve geral. O movimento teria como base os trabalhadores das montadoras da região, que vivem período de incertezas.

Na manhã de ontem, as entidades aderiram ao Dia Nacional da Paralisação, protesto que ocorreu em todo o País e que, segundo os grupos participantes, tem como principal objetivo lutar pela garantia dos direitos da classe trabalhadora e fortalecer os profissionais que atualmente estão em campanhas salariais.

O palco da mobilização no Grande ABC foi São Bernardo. Grupo de mais de 1.000 trabalhadores, de diversas empresas, partiu da Arteb, na Avenida Piraporinha, e seguiu pela Avenida Robert Kennedy até a altura do número 2.000, no Parque dos Pássaros, onde os lideres da sindicância discursaram para os presentes, que fecharam a via sentido Centro.

Em suas falas, os sindicalistas destacaram o papel da classe trabalhadora na construção do País e criticaram os salários considerados baixos, além da retirada de recursos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).

O clima de apreensão originado pelas instabilidades política e econômica é evidente. As sugestões de reformas feitas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB) não agradaram a categoria, que promete intensificar as movimentações até que as propostas sejam revistas.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, a greve geral já está “pronta”. “Há um mês isso (greve geral) era mais difícil. Agora, com todas essas medidas que o governo pretende adotar, a paralisação completa já é uma realidade, principalmente por parte dos trabalhadores da Mercedes-Benz (onde, recentemente, 1.047 trabalhadores tiveram de aderir a PDV – Programa de Demissão Voluntária – e outros 370 foram demitidos, mas ainda não tiveram a dispensa homologada).”

O sindicalista destaca que, em sua opinião, o momento é indevido para apresentar mudanças profundas nas leis trabalhistas e previdenciárias. “São coisas que só podem ir para discussão de maneira verdadeira, e quando existir confiança. Hoje a desconfiança impera nas relações entre trabalhadores, empresários e governos. Para fazer este tipo de mudanças é preciso fortalecer as entidades sindicais. É necessário garantir que as negociações existirão, o que não acontece. No Brasil, poucos sindicatos têm força e organização e falta muito chão para que essas entidades consigam lutar pelos trabalhadores.”

A falta de incentivos para a melhora do setor automotivo também foi criticada por Marques. “Vivemos momento preocupante da indústria automobilística, com perda de mercado muito grande. Ancorado na obtenção de créditos para a compra de carros novos. As empresas fizeram ajustes de conjuntura e estruturais. Muitas que demitiram nesse período não vão recontratar. Por isso precisamos da renovação da frota e continuar avançando na legislação automotiva por meio do Inovar Auto (projeto que tem como objetivo estimular a produção nacional), para evitar a entrada exagerada de importados no Brasil."

Operários da região revelam apreensão frente às mudanças

A crise econômica brasileira, que afeta diretamente o setor automotivo e as reformas propostas pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB), tem gerado incertezas nos profissionais que atuam na área. Os cortes de funcionários feitos pelas indústria e a possibilidade de adiamento da aposentadoria por mais cinco anos têm preocupado os trabalhadores.

Para o metalúrgico Luis Humberto da Silva, 53 anos, as sugestões de mudanças vieram em mau momento, já que as demissões tornaram-se realidade próxima. “Confesso que estou com muito medo de perder o emprego. Vivemos dias de muitas incertezas, já que a minha família depende do meu salário. Como vou fazer para pagar os estudos dos meus filhos e sustentá-los caso eu seja demitido?”

Para Silva, movimentos como o Dia Nacional da Paralisação podem garantir seus direitos. “Se não mostrarmos união, podemos perder nossa força nas negociações. Se continuarmos com esses protestos talvez a gente consiga reverter a situação e, quem sabe, a indústria volte a crescer.”

Perto da aposentadoria, Hugo Lui Júnior, 54, desaprova as propostas para a Previdência Social. “Se isso acontecer, vai prejudicar muitos, como eu. Quando chegamos a uma certa idade, não temos a mesma força de antes, e isso pode diminuir a capacidade produtiva da empresa. Além disso, eu acho que o governo deveria diminuir a quantidade de impostos. Essa quantidade de contas mina o nosso salário e aperta ainda mais o nosso orçamento.”

Por Nelson Donato - Especial para o Diário
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